por Dominic Arievilo
Meu corpo agrega muitas minorias,
que fazem minha força gigante,
e já não cabem mais em pequenas
fantasias insignificantes.
Meu corpo agrega marginalizações,
impactantes, vou comendo pelas beiradas.
Ogum (Ogumyê) me ajuda com sua espada
nessas estradas errantes.
Meu caminho é coberto por palhas,
seu Sete protege minhas andadas,
faz de meus inimigos aliados
e caso ao contrário, faz com que eles caiam.
Sem registro, só existo
na encruzilhada.
Meu corpo foi selado
por uma navalha.
Sou sacrifício vivo em nome de Jesus,
lavado por Exu e pelo sangue
de tantas travas.
Respeite minha história
não lhe custa nada.
Muito prazer,
eu sou Maria,
mas navalha pra você.
Muito prazer,
eu sou Maria,
mas navalha pra você.
Às vezes, me sinto obrigado
a ser rasgado
pra ser respeitado.
Penso em arrancar o meu peito,
pra ver se consigo respeito.
Será que, se uma santa eu colocar no lugar,
o meu nome eles vão decorar?
Será que, se uma santa eu colocar no lugar,
o meu nome eles vão respeitar?
Não aceito ter que rasgar meu corpo
por respeito! Não aceito!
Eu vou rasgar são suas regras,
uma de cada vez,
vou deixar e comer cru
cada um de vocês…
Eu quero sangue,
mas do meu corpo,
com uma bala no meio.
Eu quero sangue,
mas do meu corpo,
com uma santa no meio.
Sou sacrifício vivo em nome de Jesus,
lavado por Exu e pelo sangue
de tantas travas.
Meu corpo foi selado por uma navalha.
No meu coração,
você não encontrará nada
além da Virgem Maria
altificada.